Não por coincidência, o método de emagrecimento que desenvolvi, fundamentado no Método Nuno Cobra, não usa nenhum dos conceitos utilizados pelo mercado, navegando na direção oposta.

Por exemplo, para perder peso de forma sustentável, o ideal é que essa perda seja lenta e gradativa, no máximo de 1 a 2kg por mês (recomendação da OMS). Só assim você conseguirá “enganar o seu corpo”, e essa perda será efetiva no longo prazo, não acionando um mecanismo orgânico de defesa que, por um lado, irá diminuir radicalmente o seu metabolismo e, do outro lado, começar a resistir a perda de peso, buscando transformar em gordura de reserva os alimentos ingeridos, implorando por alimentos calóricos, ou alterando o funcionamento do pâncreas, entre outros.

Lembre-se: o nosso corpo fará de tudo para evitar a perda de peso, por isso, as estratégias precisam ser bem pensadas e inteligentes.

Outro princípio fundamental é que não precisamos passar fome para perder peso, mas sim, ensinar o cérebro a fazer boas escolhas e comer com qualidade. É a regra dos “2Q”, como chamo: para perder peso de forma sustentável, o segredo é a qualidade e a quantidade, fazendo mudanças na maneira de se alimentar que sejam duradouras e consistentes.

A cilada das dietas da moda

Imagine que você faça um movimento brusco e radical em um dos lados de uma balança clássica (na qual dois pratos se equilibram nas extremidades). O que irá ocorrer em seguida? Certamente uma reação espontânea no outro lado da balança, criando um movimento contrário. Ou seja, se você abaixar bruscamente de um lado, o pratinho sobe do outro. E é assim que funciona com a maioria das dietas. 

A restrição radical de alimentos pode alavancar a compulsão, o 8 estimula o 80, com movimentos extremos gerando reações extremas. 

A psicologia comportamental já provou que o movimento radical, na maioria das vezes, estimula uma reação na direção oposta ao desejado, gerando ainda mais desequilíbrio no médio e longo prazo.

Essa é a cilada das dietas da moda: elas te seduzem com resultados rápidos, porém essas estratégias se revelam extremamente ineficientes, fidelizando o cliente no eterno looping do efeito sanfona que pode durar a vida toda.

Já está provado que 95% das pessoas que fazem dietas radicais retornam a peso inicial ou ganham ainda mais peso no prazo de apenas 1 ano. Isso interessa ao mercado de consumo, pois se você não obtém resultados duradouros, estará propenso a consumir a próxima novidade, fidelizando o cliente em fórmulas milagrosas e instantâneas de perda de peso.

Infelizmente, assim como no caso das dietas da moda, a ideia de fazer uma cirurgia bariátrica também se banalizou, e as pessoas não têm uma dimensão crítica dos riscos e problemas que podem surgir a partir dessa intervenção radical.

Mudar os hábitos é difícil? Sim. Mas não é melhor alguns meses mudando os hábitos do que ficar refém do efeito sanfona pela vida inteira, ter uma relação angustiada com a alimentação ou passar a vida em uma espécie de dieta forçada permanente?